Criatividade não é um bicho de sete cabeças (ou não deveria ser) #4
- Carol Lopes
- 30 de jun.
- 4 min de leitura
Atualizado: 8 de jul.
explorando a criatividade — no marketing e fora dele
oie (: aqui é a Carol! tenho 24 anos e amo palavras e histórias desde que me entendo por gente. aliás, gosto muuuito de gente também! sou formada em jornalismo e atualmente trabalho com marketing. segui o caminho da comunicação, ao qual sempre senti pertencer.
apesar de amar as palavras e reconhecer uma certa facilidade em combiná-las, nem sempre me enxerguei como uma pessoa criativa. para mim, quando mais nova, criatividade tinha a ver com ideias mirabolantes que pareciam distantes de mim. e me chatear com isso me deixava ainda mais distante da possibilidade e do ânimo de explorar os caminhos da imaginação (que, na verdade, eu já percorria).
depois de muito tempo, isso mudou. mas meu texto não é exatamente sobre esse processo, e sim sobre nossa relação com a criatividade e como podemos explorá-la — seja no marketing, minha área de atuação, ou fora dele.
a criatividade para além do que parece ✨
enxergue-a em tudo: ela é para todos. é um processo que estamos fazendo constante e inconscientemente, basta percebê-lo e aflorá-lo.
frequentemente, pensamos que a criatividade tem a ver com a produção artística, com carreiras ligadas à arte tradicional ou à comunicação. por isso, quem não trabalha diretamente com esse universo ou não se identifica com ele, por vezes não consegue se enxergar como criativo.
se você se interessa pelo tema “criatividade”, talvez já tenha ouvido falar sobre o livro “O ato criativo: uma forma de ser”, do Rick Rubin. não quero soar repetitiva para quem já lê sobre o assunto, mas não podia deixar de citar aqui. para Rubin, todos somos criadores. a criatividade não está ligada exclusivamente à arte, é algo no qual “nos envolvemos diariamente”. ela está na nossa capacidade de resolução de problemas, nas conversas do dia a dia e nas pequenas atitudes cotidianas.
na verdade, não importa sua área de atuação ou se a sua criatividade se pareça mais com um conselho a um amigo do que com uma obra emoldurada.
o primeiro capítulo desse livro colocou em palavras aquele sentimento que eu não sabia traduzir quando mais nova. a criatividade não era algo distante.
comunicando fora do óbvio 🗣️💡
nem sempre é sobre o que você fala, mas como você fala.
em meio a correria dos metrôs no Japão, foi encontrada uma maneira de chamar atenção. há um modelo específico utilizado, que substitui as demais placas de orientação comuns aos passageiros, eles são chamados "pôsteres de boas maneiras" (em japonês, manā posutā).
esses cartazes têm o objetivo de orientar sobre comportamentos adequados no transporte público, mas fizeram isso de um jeito improvável, combinando design gráfico criativo com as mensagens. através de desenhos e paródias, eles ilustram situações de mau comportamento e instruem boas práticas. ou seja, uma forma não convencional de comunicar o que poderia ser uma simples placa corriqueira, com uma mensagem escrita: “não utilize o celular enquanto caminha na plataforma de embarque”.

foto da Revista Piauí (edição janeiro/2025), onde conheci os manā posutā.
os pôsteres se assemelham muito à ideia de campanhas publicitárias. por isso, trouxe aqui como um bom exemplo de como pensar fora do óbvio preenche lacunas na comunicação.
criatividade não é só ter ideias novas a todo custo e o tempo todo. é encontrar formas não óbvias de resolver problemas comuns. no marketing, isso vai muito além de cumprir o objetivo final da venda: significa contar histórias, gerar conexão, provocar emoções. afinal, na maioria das vezes, o que se destaca no meio não são as fórmulas prontas, mas quem sabe encontrar uma “ponta solta” e se diferenciar.
atuando no jornalismo, me peguei muitas vezes pensando em alguma forma de inovar, mesmo quando precisava seguir um formato mais engessado de escrita de uma notícia. no marketing, atualmente, busco olhar para além do esperado de uma marca. como causar outras sensações que não diretamente ligadas ao consumo?
as referências moram no inusitado 💭
deixe espaço para as ideias chegarem, mas não precisa bitolar em buscá-las o tempo todo (: ah, e toda experiência é sim válida.
por que não terminar um texto sobre criatividade, refletindo sobre o próprio ato de criá-lo? quando recebi o convite para escrever esse artigo e escolhi falar sobre criatividade, utilizei meu repertório e minhas vivências para construir uma linha de pensamento — seja de forma consciente ou inconsciente também. o ponto é que nossas referências importam, e muito!!
quando a gente passa a enxergar que tudo é aproveitado, nada é desperdiçado, o processo criativo começa a fluir com mais facilidade. isso nos dá a empolgação de nos manter mais atentos, com olhos e ouvidos aguçados para o que nos atravessa. esse é um movimento cíclico, que vai aprimorando nossa capacidade de gerar conexões entre nossas vivências.
não estou dizendo que precisamos estar sempre mirando em produtividade, muito pelo contrário. quando nos damos o respiro necessário, as ideias vêm com naturalidade. não à toa existe aquela velha história das ideias no chuveiro. brincando com minha sobrinha, assistindo a um filme e ouvindo minha avó falar sobre plantas foram algumas situações de pausa que geraram ideias muito legais para experiências pessoais e profissionais minhas. tenho certeza que por aí já aconteceu parecido! (mesmo que na maioria das vezes a gente nem se dê conta de onde a ideia veio ou o momento em que chegou para nós).
tudo que compartilhei aqui com você é a percepção de alguém que está sempre buscando se encontrar nessa relação com a própria criatividade. afinal, ela não precisa ser um bicho de sete cabeças, é muito mais simples do que a ideia que vendem pra gente.
que a gente saiba reconhecer o valor das nossas experiências. espero que possa fazer sentido por aí (:
com carinho, Carol <3
se quiser trocar sobre o assunto, ou sobre comunicação e marketing, você pode me encontrar aqui: @carolopes.g (é só clicar)
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